quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Portugal cai para 30.º lugar em 'ranking'

Na lista, elaborada anualmente pela organização Repórteres sem Fronteiras, o país perdeu 14 posições.
Portugal caiu do 16.º para 30.º lugar no ranking de liberdade de imprensa elaborado pela organização Repórteres Sem Fronteiras, e divulgado ontem. Dinamarca, Finlândia, Irlanda, Noruega e Suécia partilham o primeiro lugar, enquanto Cuba, Birmânia, Irão, Turquemenistão, Coreia do Norte e Eritreia ocupam os últimos lugares da lista.
O estudo - que analisa o respeito pelo trabalho do jornalistas e o número de obstáculos que enfrentam para chegar à informação - foi realizado em 175 países e considerou o período entre 1 de Setembro de 2008 e 1 de Setembro de 2009. São contabilizadas, entre outros variáveis, o número de agressões, prisões e ameaças políticas e económicas aos profissionais de comunicação, ameaças indirectas e pressões e censura.
Apesar de classificar Portugal como estando "em boa situação" face à liberdade de imprensa, a organização internacional afirma ter-se verificado uma queda de 14 posições na lista dos mais respeitadores da liberdade de imprensa, passando a estar ao nível da Costa Rica e do Malí. Em 2008, Portugal estava em 16º lugar, com a Holanda, Lituânia e República Checa.
A Repórteres Sem Fronteiras alerta ainda que a Europa, em conjunto, recuou em termos de liberdade de impressa.
Paquete de Oliveira, sociólogo, provedor do espectador da RTP, afirma que através do ranking "constata-se que os próprios órgãos de comunicação social foram acusando os condicionalismos. Nos últimos anos vimos grande conflitualidade política e isso originou maiores condicionamentos", diz, comentando os resultados de Portugal à luz dos obstáculos que vão sendo colocados aos jornalistas.
O jornalista Adelino Gomes, provedor do ouvinte da RDP, recebeu a notícia com "surpresa e lamento", considerando que "é um péssimo sinal porque é contra a liberdade de imprensa"
O presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação social Azeredo Lopes, recusou comentar "positiva ou negativamente" a posição de Portugal no ranking, porque os dados de 2008 "foram elaborados com um número muito baixo de respostas". "Se forem em número suficiente, pronuncio-me", declarou ao DN.
"A Europa, que foi durante muito tempo um exemplo em matéria de respeito pela liberdade de imprensa", recuou na lista, contabilizando apenas 15 países na lista dos 20 primeiros classificados, contra os habituais 18.
Por LINA SANTOS (LUSA)