sábado, 23 de maio de 2009

Meu Caro Dr. José Eduardo Moniz,


Hoje é sexta-feira e mais uma vez vou ser privado de ver o “Jornal Nacional” da TVI, o que me incomoda francamente. Incomoda-me porque o serviço informativo da TVI é de longe o que mais me agrada, quer como cidadão, quer como jornalista profissional de há muitos anos, com experiência em rádio, jornais e revistas. Resolvi escrever-lhe esta carta porque tendo obrigação de conhecer os cânones por que se rege qualquer estatuto editorial e quais as obrigações e deveres éticos e profissionais por que deve reger-se um jornalista, não posso deixar de ficar revoltado com o comportamento a que se permite a apresentadora e jornalista Manuela Moura Guedes, na forma como conduz e trata as notícias do referido jornal nacional.
Para além da inquestionável arrogância com que o faz, a apresentadora não tem qualquer problema em quebrar regras do jornalismo e da isenção a que se obriga qualquer órgão de comunicação social. Para além de tomar partido e emitir opinião pessoal sobre as questões, Manuela Moura Guedes não hesita em emitir metáforas ou juízos de valor em tom jocoso e irónico, seja acerca das notícias em si, seja acerca das personalidades em questão, sejam elas quem forem, roçando a maior parte das vezes o comentário político, que não lhe diz respeito, porque não é essa a sua função. Com todo o respeito que lhe possa merecer, a jornalista em causa chega mesma a ser irritante, senão mesmo inconveniente! E estou a falar de todo o jornal, sem sequer referir em especial o diálogo com o comentador Vasco Pulido Valente, quando ainda se conseguem perceber as palavras que este profere.
Por isso lhe sugiro que, em coerência com o seu excelente trabalho à frente da estação, tenha uma vez mais a coragem de corrigir uma situação que incomoda os portugueses e envergonha os jornalistas que honram e respeitam a sua carteira profissional.
Aproveito para lhe dizer que lhe escrevo esta carta com o à-vontade de quem também não defende políticos ou governantes. Faço-o ainda com o à-vontade de quem há pouco mais de um mês foi despedido da revista onde trabalhava porque escreveu uma crónica sobre liberdade de expressão de que o director não gostou por se ter revisto nela!
José Braga-Amaral - jornalista
(Carteira Profissional nº 6760)

1 comentário:

fátima vale disse...

estou absolutamente de acordo contigo!bem hajas por seres assim,verdadeiro !
um beijo.