terça-feira, 25 de agosto de 2009
Museu faz um Manguito ao Douro
Parece mentira mas é verdade! Há já quem faça colecção dos dislates do director do Museu do Douro com a cobertura da pobre administração da Fundação do Museu do Douro. Desta vez, o director do museu resolveu brindar os durienses com uma exposição de Rafael Bordalo Pinheiro!!! Exactamente! O caricaturista de Lisboa que nem sequer conheceu o Douro ou dele alguma coisa caricaturou! Para que conste, é salutar que se leia algo da sua história.
«Raphael Augusto Bordallo Prestes Pinheiro nasceu a 21 de Março de 1846 no nº 47 da Rua da Fé, em Lisboa. Apaixonado pelo lado boémio da vida lisboeta e avesso a qualquer disciplina, matriculou-se sucessivamente na Academia de Belas-Artes (desenho de arquitectura civil, desenho antigo e modelo vivo), no Curso Superior de Letras e na Escola de Arte Dramática, para logo de seguida desistir. Estreia-se como actor no Teatro Garrett e no luxuoso Theatro Thalia na costa do Castelo.
Começou a fazer caricatura por brincadeira. Mas é a partir do êxito alcançado pel'O Dente da Baronesa (1870), folha de propaganda a uma comédia em 3 actos de Teixeira de Vasconcelos, que Bordalo entra definitivamente para a cena do humorismo gráfico. "Comecei a sentir um formigueiro nas mãos e vai pus-me a fazer caricaturas", explica em tom irreverente o artista para quem o propósito das "caricaturas é estragar o estuque de cada um com protesto do senhorio".»
É nesta época que Bordalo Pinheiro retrata o povo português através do célebre manguito político do apelidado Zé Povinho, que acabaria por ficar como a sua imagem de marca e a sua caricatura mais significativa. Resta então saber que razão e interesse científico para a afirmação e para o projecto do Museu do Douro encontrou o seu director na arte de Bordalo Pinheiro. Será que não lhe chegam os conhecimentos para convocar aqueles artistas que algo dizem ao Douro e com quem o Douro pode e deve conviver? Ou será que o afamado Zé Povinho diz ao sr. director algo de íntimo a que o seu lado narciso não consegue resistir? Convém relembrar o “Zé Povinho” caricaturado por Ramalho Ortigão: «De calças remendadas e botas rotas, é a eterna vítima dos partidos regenerador e progressista, dando a vitória a uns ou outros em época eleitoral. Usando como expressão corporal o manguito e a mão coçando aflita a grenha farta, foi sem dúvida um trunfo na denúncia duma economia capitalista frouxa.»
De economias muito frouxas está o Museu do Douro, remendando defeitos aqui e acolá, estendendo a mão à Associação de Amigos do Museu para manter a sua exposição permanente aberta, ao mesmo tempo que gasta dezenas de milhares de euros numa esplanada patrocinada por uma marca de cerveja! (será que esta bebida que tudo tem a ver com o Douro, também faz parte dos desejos narcisos do sr. director?) Pior que isto, é aceitar e promover o “patrocínio” oportunista dado por uma região de turismo do Porto e Norte de Portugal, “cuspindo” desta forma na face da Entidade Regional do Turismo do Douro, e por consequência, na face dos durienses. “Que grande gestão e que superior direcção!!!” – Diria o Zé Povinho fazendo um verdadeiro manguito a esta trupe de directores, administradores e seus mandarinetes que assim vão enchendo os seus coletes. Não estará na hora de descobrir o que esta gente muito tem ainda para esconder? Se calhar está na hora de se levantarem as vinhas da ira duriense em defesa de uma instituição tão importante e tão séria para a região. Chegou a hora da verdade…
sábado, 15 de agosto de 2009
O DESPESISMO DA FUNDAÇÃO DO MUSEU DO DOURO
São dados públicos, constantes do site ligado ao governo «Transparência na Administração Pública» (http://transparencia-pt.org/?search_str=nif:507693671). Só de 24.11.2008 a 17.02.2009 (mas, de facto, referindo-se, essencialmente, a trabalhos realizados em Nov.-Dez. de 2009), a FMD fez ajustes directos no valor de 733.602,19 € (quase a totalidade da receita fundacional anual), isto sem contar as despesas de pessoal e muitos outros ajustes feitos antes de Novembro de 2008, nomeadamente para a Exposição do Barão de Forrester, equipamento da sede e outras. Ou seja, é apenas a ponta do iceberg, que aparecerá, certamente, mais visível, quando se conhecerem as contas de 2009. Estes valores suscitam muitas dúvidas que valia a pena esclarecer em nome da boa gestão do MD que nos diz respeito a todos: i) houve ou não houve obras a mais (no relatório de 2008, aparecem mais de 240 mil euros acima do valor da adjudicação; agora somam-me mais uns cobres, tirando as obras previstas que não foram feitas)? ii) houve ou não houve equipamentos que deveriam constar da obra inicial e que foram pagos à parte? iii) houve ou não despesismo em relação a certas actividades, como a exposição do Barão de Forrester (não constam desta lista a maior parte dos equipamentos, pagamentos a funcionários, comissários, empresa de montagem, seguros, transportes, etc.)? iv) houve ou não houve aproveitamentos estranhos nos trabalhos de concepção e montagem da exposição do Barão de Forrester, já que nos surgem facturas do Gabinete Zute Arquitectos (não era o arq. Fernando Seara, proprietário dessa empresa, colaborador remunerado do MD à data da adjudicação?), de produção de conteúdos e outras funções técnicas, para as quais existiam técnicos do MD habilitados, além de uma comissária contratada? v) só os materiais gráficos e fotográficos da exposição Barão de Forrester ultrapassam os 110 mil euros, incluindo o respectivo catálogo; não será exagero? Por estas e por outras, que revelam o desvario despesista, a FMD não tem dinheiro para manter aberta, em Agosto, a exposição permanente «Memória da Terra do Vinho», na altura em que, face à afluência de turistas à região, mais se impunha a divulgação dessa exposição, que pretende representar a memória e a cultura vinhateira do território regional. Só a intervenção da AAMD, pagando os funcionários que irão manter aberta essa exposição, evitou que se consumasse o seu encerramento, ao mesmo tempo que abria uma esplanada «Super-Bock» no jardim do Museu... Não deixa de ser estranho muito do que se está a passar no Museu do Douro, com a cumplicidade do Ministro da Cultura e dos poderes locais.
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
MINISTRO DA CULTURA INSULTA O DOURO – DEMITA-SE JÁ
Foi há cerca de quinze dias que a notícia caiu em toda a região duriense como uma bomba. Os durienses ficaram à beira de um ataque de nervos! Na verdade, com um atraso de nove meses, o Ministro da Cultura acabou por nomear os dois elementos que faltavam para preencher o novo conselho de administração da Fundação do Museu do Douro. Como se o seu atraso e consequente desprezo pela região e pelos amigos do Museu do Douro não bastasse, o “iluminado” ministro resolveu nomear uma senhora de Porto que não conhece o Douro e que o Douro não reconhece – Isabel Babo – e, pior que isto, renomeou Agostinho Ribeiro, director do Museu de Lamego e candidato do PS nas próximas eleições autárquicas, um dos principais responsáveis pela anterior administração e pelos erros fatais que cometeu contra a própria instituição e contra o futuro do museu do Douro, nomeadamente o afastamento do director de então, Prof. Gaspar Martins Pereira, e o processo judicial de que a Fundação do Museu do Douro é alvo neste momento e de que já foi condenado em duas instâncias judiciais, o que levará a fundação a pagar ao autor que foi despedido sem justa causa – Dr. Francisco Gil Silva – um indemnização de muitas dezenas de milhares de euros! É neste tipo de pessoas que o actual Ministro da Cultura quer confiar o futuro do Museu do Douro!
Como se isto não chegasse, o Museu do Douro parece estar tecnicamente falido, pois para que a sua exposição permanente não fechasse por falta de verba para pagar aos funcionários, teve de ser a Associação de Amigos do Museu do Douro a pagar os respectivos salários! Quando confrontado com esta realidade de falência do Museu do Douro, o Ministro da Cultura mente com quantos dentes tem na boca e diz que tudo é mentira!
O Douro está revoltado com este ministro e com este jogos de bastidores e lobbies que sempre funcionaram com a cultura a nível nacional. Há mesmo quem diga que a dita senhora foi nomeada por pura influência de amizades e que o ex-administrador de Lamego foi nomeado por ter aceite ser candidato de uma causa perdida, ou seja, a eleição para a autarquia de Lamego. Será??????
Só faltava mesmo isto, depois de o Museu do Douro ter sido ao longo de mais de três anos uma espécie de Santa Casa da Misericórdia do PSD da Régua, liderado pelo Presidente da Câmara Nuno Gonçalves, que, para além de ter metido dezenas de novos trabalhadores sem qualificação nos quadros do museu, ainda teve tempo de sobra para cozinhar a nova administração de modo a que esta se transformasse no Kremlin laranja da região !!!???
Uma coisa é certa, os durienses foram ludibriados, enganados e maltratados por um ministro que não é mais do que um erro de casting do Primeiro-Ministro José Sócrates, e que com esta atitude lhe retira muitos milhares de votos no Douro.
Sr. Primeiro-Ministro, Excelência, o seu ministro da cultura acordou as vinhas da ira duriense.
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