sábado, 15 de agosto de 2009
O DESPESISMO DA FUNDAÇÃO DO MUSEU DO DOURO
São dados públicos, constantes do site ligado ao governo «Transparência na Administração Pública» (http://transparencia-pt.org/?search_str=nif:507693671). Só de 24.11.2008 a 17.02.2009 (mas, de facto, referindo-se, essencialmente, a trabalhos realizados em Nov.-Dez. de 2009), a FMD fez ajustes directos no valor de 733.602,19 € (quase a totalidade da receita fundacional anual), isto sem contar as despesas de pessoal e muitos outros ajustes feitos antes de Novembro de 2008, nomeadamente para a Exposição do Barão de Forrester, equipamento da sede e outras. Ou seja, é apenas a ponta do iceberg, que aparecerá, certamente, mais visível, quando se conhecerem as contas de 2009. Estes valores suscitam muitas dúvidas que valia a pena esclarecer em nome da boa gestão do MD que nos diz respeito a todos: i) houve ou não houve obras a mais (no relatório de 2008, aparecem mais de 240 mil euros acima do valor da adjudicação; agora somam-me mais uns cobres, tirando as obras previstas que não foram feitas)? ii) houve ou não houve equipamentos que deveriam constar da obra inicial e que foram pagos à parte? iii) houve ou não despesismo em relação a certas actividades, como a exposição do Barão de Forrester (não constam desta lista a maior parte dos equipamentos, pagamentos a funcionários, comissários, empresa de montagem, seguros, transportes, etc.)? iv) houve ou não houve aproveitamentos estranhos nos trabalhos de concepção e montagem da exposição do Barão de Forrester, já que nos surgem facturas do Gabinete Zute Arquitectos (não era o arq. Fernando Seara, proprietário dessa empresa, colaborador remunerado do MD à data da adjudicação?), de produção de conteúdos e outras funções técnicas, para as quais existiam técnicos do MD habilitados, além de uma comissária contratada? v) só os materiais gráficos e fotográficos da exposição Barão de Forrester ultrapassam os 110 mil euros, incluindo o respectivo catálogo; não será exagero? Por estas e por outras, que revelam o desvario despesista, a FMD não tem dinheiro para manter aberta, em Agosto, a exposição permanente «Memória da Terra do Vinho», na altura em que, face à afluência de turistas à região, mais se impunha a divulgação dessa exposição, que pretende representar a memória e a cultura vinhateira do território regional. Só a intervenção da AAMD, pagando os funcionários que irão manter aberta essa exposição, evitou que se consumasse o seu encerramento, ao mesmo tempo que abria uma esplanada «Super-Bock» no jardim do Museu... Não deixa de ser estranho muito do que se está a passar no Museu do Douro, com a cumplicidade do Ministro da Cultura e dos poderes locais.
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