A criança de Darfur da fotografia que me cai no prato natalício deste ano está prostrada sobre uns panos em desalinho, olhar parado pelo peso da cabeça incapaz de se mover no topo de um pequeno corpo esquelético de não mais que dois ou três quilogramas, de um ser humano com não mais que seis anos de idade –, um amontoado de ossos de criança cobertos por uma pele fina e castanha, tão enrugada como a de um velho centenário.
Mas esta é apenas mais uma criança de entre milhões no limiar da morte por subnutrição, já que, sem escolher estação do ano ou quadras mais ou menos festivas, em cada 3,5 segundos que passam, morre um ser humano à fome! Realmente arrepiante, mas não menos arrepiante do que o facto de em algumas regiões do planeta, principalmente em África, a maior parte da população ter um consumo diário de cerca de 50 cêntimos, enquanto um cidadão suíço tem em média um consumo diário de 62 dólares!
No que à fome diz respeito, calcula-se que 815 milhões de seres humanos em todo o mundo sejam vítimas crónicas ou graves de subnutrição – leia-se fome – a maior parte dos quais são mulheres ou crianças dos chamados países em vias de desenvolvimento. Todos estes números são oficiais e assumidos pelas nações unidas. E a culpa é sobretudos dos homens e dos poderes indiferentes a esta realidade. Na Etiópia, Eritreia, Somália, Sudão, Quénia ou Uganda a fome, que há muito mata milhões de africanos, já deixou de ser notícia na imprensa internacional, e, entre as principais causas desta mortandade está a seca, mas também as guerras e a permanente instabilidade política e religiosa da região.
E ainda nem sequer estamos a falar da Europa, ou, de Portugal onde há mais de dois milhões de pobres e onde 2 em cada dez portugueses passam fome!
A pergunta que se põe é: Que diferença faz para esta gente o facto de ser ou não ser Natal? E como será a consoada dos cerca de 400.000 desempregados que há neste momento em Portugal?
Perante este cenário, não me venham com birras, greves e discursos de lana caprina, ou com cânticos do desgraçadinho, porque fome é fome…
Que sabor teria para os sem-abrigo e os esfomeados deste país um prato de rabanadas ou uma fatia de bolo-rei? Que diriam as almas das crianças que vivem no limiar ou abaixo da pobreza se o suposto Pai Natal se lembrasse delas, por mais insignificante que fosse o brinquedo?
São estas e muitas outras interrogações que nos dirige o silêncio do olhar parado do menino subnutrido de Darfur, que parece querer falar em nome das centenas de milhões de pobres e famintos que em todo o mundo apelam à solidariedade de todos aqueles que se afogam no consumismo e no desperdício. Pensem nisto e tenham um bom natal, se a consciência vos deixar.
Mas esta é apenas mais uma criança de entre milhões no limiar da morte por subnutrição, já que, sem escolher estação do ano ou quadras mais ou menos festivas, em cada 3,5 segundos que passam, morre um ser humano à fome! Realmente arrepiante, mas não menos arrepiante do que o facto de em algumas regiões do planeta, principalmente em África, a maior parte da população ter um consumo diário de cerca de 50 cêntimos, enquanto um cidadão suíço tem em média um consumo diário de 62 dólares!
No que à fome diz respeito, calcula-se que 815 milhões de seres humanos em todo o mundo sejam vítimas crónicas ou graves de subnutrição – leia-se fome – a maior parte dos quais são mulheres ou crianças dos chamados países em vias de desenvolvimento. Todos estes números são oficiais e assumidos pelas nações unidas. E a culpa é sobretudos dos homens e dos poderes indiferentes a esta realidade. Na Etiópia, Eritreia, Somália, Sudão, Quénia ou Uganda a fome, que há muito mata milhões de africanos, já deixou de ser notícia na imprensa internacional, e, entre as principais causas desta mortandade está a seca, mas também as guerras e a permanente instabilidade política e religiosa da região.
E ainda nem sequer estamos a falar da Europa, ou, de Portugal onde há mais de dois milhões de pobres e onde 2 em cada dez portugueses passam fome!
A pergunta que se põe é: Que diferença faz para esta gente o facto de ser ou não ser Natal? E como será a consoada dos cerca de 400.000 desempregados que há neste momento em Portugal?
Perante este cenário, não me venham com birras, greves e discursos de lana caprina, ou com cânticos do desgraçadinho, porque fome é fome…
Que sabor teria para os sem-abrigo e os esfomeados deste país um prato de rabanadas ou uma fatia de bolo-rei? Que diriam as almas das crianças que vivem no limiar ou abaixo da pobreza se o suposto Pai Natal se lembrasse delas, por mais insignificante que fosse o brinquedo?
São estas e muitas outras interrogações que nos dirige o silêncio do olhar parado do menino subnutrido de Darfur, que parece querer falar em nome das centenas de milhões de pobres e famintos que em todo o mundo apelam à solidariedade de todos aqueles que se afogam no consumismo e no desperdício. Pensem nisto e tenham um bom natal, se a consciência vos deixar.
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