quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Os burlões do parlamento

Tem sido enorme e justificada, diga-se, a polémica gerada à volta das faltas à sessão parlamentar da passada sexta-feira. Foram 48 os deputados que se estiveram a borrifar para o parlamento no passado dia 5 de Dezº, bem como para a votação de uma proposta do PSD com vista a travar o processo de avaliação dos professores. O mais caricato é que foram do mesmo PSD (coitados...) a esmagadora maioria dos faltosos (60%), ou seja, 30 dos 48 deputados que resolveram ir para fim-de-semana prolongado mais cedo do que era devido. É claro que é desde sempre conhecido o à-vontade com que os deputados da nação se comportam no parlamento e as facilidades a que se permitem e que pensam que esse estatuto lhes dá. Todos recordámos imagens do parlamento em que os deputados, alheios às suas obrigações, lêem jornais, livros, passam mesmo pelas brasas, ou, mais recentemente dedicam a sua atenção aos seus PC's (os portáteis, claro), ou até mesmo aos telemóveis, sabe-se lá com que motivações. Porém, não deixa de ser muito grave que as recorrentes faltas de final de semana sejam uma realidade, ainda por cima passiveis de justificação com motivos que sempre se arranjam de trabalho político ou representação parlamentar.
Agora, o que não é sequer admissível é que é que 14 desses deputados (1 PS, 1PEV, 2 CDS e 10 PSD) tivessen tentado ludibriar a A.R. ao assinarem a sua presença na sessão para de imediato sairem! Ou seja, para receberem o seu salário sem terem que prestar o serviço correspondente. Em português escorrreito chama-se a isto uma burla, pura e simples. Para sermos mais objectivos - um caso de falta de honestidade. Isto feito por indivíduos eleitos pelo povo para representar a nação e para legislar sobre as nossas vidas, as vidas dos cidadãos que pagam os impostos com que são pagos os seus salários, que aliás, não são tão pequenos assim, se considerarmos que um deputado ganha 168 € por dia, mais ajudas de custo para alguns, o que lhes permnite auferir um ordenado mensal de cerca de 4000 €!!!!
A pergunta que se impoe neste momento é a seguinte: Se um qualquer trabalhador, a ganhar, por exemplo o salário mínimo nacional, assinasse a presença no ponto da sua empresa e a seguir abandonasse o seu local de trabalho, o que lhe sucederia?

1 comentário:

Maria Papoila disse...
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